26 de jul. de 2011

Alfabetizando Com Música



Público- Alvo: alunos do 2º. e 3º. ano do Ciclo de Alfabetização.

Objetivo: Mostrar como a música pode criar possibilidades para a alfabetização e o letramento.
A CASA
Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes

Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
na rua dos bobos numero zero.

1º Passo – Perguntar para as crianças se elas já ouviram está música e se conhecem quem escreveu;
Obs: Fazer uma leitura sucinta e objetiva da biografia do compositor.

2º Passo - Escrever a letra da música em um cartaz e cantar com as crianças mostrando a letra até que elas se familiarizarem com as palavras principalmente, se existirem alunos não alfabetizados; pois, eles necessitarão aprender a música de cor para poderem realizar as atividades propostas, caso, contrário, os mesmos não conseguirão fazer mais nada;
Obs: A letra da música deverá ser registrada no caderno como uma sugestão de para casa, devendo ser preservado sua formatação e estrutura textual. Explicar aos alunos a que gênero pertence o texto: gênero música. O cartaz deverá ser afixado na sala, como mais um componente do ambiente alfabetizador.

3º. Passo – A professora fará uma leitura bem expressiva do texto. Os alunos poderão acompanha - lá no cartaz, ou melhor, ainda, no texto que já foi copiado no caderno, fará comentários sobre o assunto, do tipo: do que ela fala? Discutirá bastante com eles sobre esta casa que é bem diferente das casas que eles conhecem, perguntará sobre as palavras desconhecidas e tentará juntamente com eles buscar o significado das palavras no contexto.

4º Passo – Após realização do trabalho do item anterior, a professora irá propor a busca das palavras que não foram esclarecidas com sua intervenção no dicionário, fazendo os direcionamentos para a busca pelas crianças; como intervenção a professora pode dizer: vamos procurar a palavra... ela está na página ...., dependendo da turma a professora pode ainda situar em qual coluna está a palavra a ser procurada e ainda se esta no meio, embaixo ou mais acima da coluna.

5º Passo – O professor pedirá aos alunos que procurem na letra das músicas as palavras que rimam e faça uma marca nas terminações que se combinam, podendo ser sugerido de maneira oral que os alunos digam outras que se assemelhem e as registrem no caderno;

6º Passo – Colorir as palavras selecionadas da seguinte forma: a primeira sílaba com a cor amarela, a do meio com a cor verde e a última com a cor azul. Depois de marcadas pelas respectivas cores, pedir aos alunos que registrem as palavras no caderno, uma debaixo da outra e que façam um círculo com vermelho na palavra que contém o maior número de letras e um quadrado de cor laranja na palavra que contém o menor número de letras;

7º Passo - Colocar em ordem alfabética as palavras do 5º item e classifcá- las conforme o número de sílabas. Se os alunos já conhecem a terminologia da classificação de sílabas poderão fazê-lo, caso contrário, deverão apenas contar as sílabas e registrar na frente de cada palavra a quantidade das mesmas;

8º Passo – Formar frases com as palavras do item anterior. Se a criança ainda não está alfabetizada a professora escreverá no quadro as palavras de forma desordenada e auxiliará na formação das frases. Após, esse trabalho pedir para que as crianças as reescrevam;
Obs: Manter a sala com os alunos em pequenos grupos para facilitar a intervenção e orientação da professora.

9º Passo – Pedir aos alunos para fazerem uma ilustração de uma casa muito engraçada e uma de sua casa. A professora pedirá para a criança fazer uma comparação entre a “Casa muito Engraçada” e a sua casa. Perguntando: Qual é a diferença entra as duas casas? O que elas têm de parecido? Etc. A professora ouvirá a opinião das crianças.

10º Passo – Após a reflexão do item anterior se a criança já está alfabetizada ela criará uma pequena história após ter refletido sobre está “Casa muito Engraçada” e a sua casa. E as crianças que ainda não são alfabetizadas podem trabalhar o texto da música fatiado, para que a criança possa ordená-lo.
Obs: Pode ser sugerida a confecção de um texto coletivo.

Biografia do Autor
Vinicius de Moraes , nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913 e faleceu em 09 de julho de 1980. Poeta essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música.

Na verdade, Vinícius de Moraes não foi músico, muito menos cantor. Por causa de suas parcerias com tais músicos e cantores, que musicaram seus poemas, é comum tomá-lo por músico, conhecidas as várias canções de sua autoria. O detalhe importante é que Vinícius não era um compositor, só letrista.

por, Christine Tavares Cordeiro e Rogério Augusto dos Santos

Rubem Alves



Rubem Alves, em seu livro: O POETA, O GUERREIRO, O PROFETA
(Ed. Vozes,1995. P. 10 ) diz:

“Uma aranha fez sua teia num canto do meu escritório. Eu a descobri ontem e, com a minha vassoura, tratei de me livrar dela. Teias de aranha são sinais de descaso e eu não queria que aqueles que me visitam pensassem mal de mim. Mas hoje ela está no mesmo lugar. Durante a noite refez sua teia. Acho que ela gostou do lugar, me perdoou e confia na minha compreensão. Compreende. E decidi que ela vai ser minha companheira.
Embora ela não saiba falar, ela me fez pensar. Confesso que a aranha me fascinou. Primeiro por aquilo que vejo. Lá está ela, segura e feliz, pendurada sobre o vazio. Não existe hesitação alguma nos seu passos. Suas longas pernas se movem sobre os finos fios de sua teia com tranqüila precisão, como se fossem dedos de um violinista, dançando sobre as cordas. Sua teia é coisa frágil, feita com fios quase invisíveis. E, no entanto, é perfeita, simétrica, bela, perfeitamente adequada ao seu propósito. Mas o fascínio tem a ver com aquilo que não vejo e só posso imaginar. Imagino aquela criaturinha quase invisível suas patas coladas à parede. Ela vê as outras paredes, tão distantes, e mede os espaços vazios. E só pode contar com uma coisa para o trabalho incrível que está para ser iniciado: um fio, ainda escondido dentro de seu corpo. E, então repentinamente, um salto sobre o abismo, e um universo começa a ser criado...
Em outros tempos acho que fui um bom professor. Como a aranha eu sabia tecer a minha teia de palavras. Eu sabia o que ensinava e só ensinava o que sabia... Bons professores, como a aranha, sabem que lições, estas teias de palavras, não podem ser tecidas no vazio. Elas precisam de fundamentos. Os fios, por finos e leves que sejam, têm de estar amarrados a coisas sólidas: árvores, paredes, caibros. Se as amarras são cortadas a teia é soprada pelo vento, e a aranha perde a casa...”Professores sabem que isto vale também para a educação...

A História do Lápis



O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura perguntou:

-Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco
-E, por acaso, é uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
-Estou escrevendo sobre você, é verdade.
Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.

O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial. E disse:

-Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
No entanto, a avó respondeu:

- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo:
'Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Essa mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade.

'Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.

' 'Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.

"Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.

' 'Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação.'